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Após alguns anos escrevendo como colaboradora para alguns blogs, Bianca Caroline, uma jovem estudante apaixonada por livros, filmes, séries, músicas e várias outras artes, resolveu criar seu próprio espaço na grande rede e em Agosto de 2016 começou a disponibilizar artigos, análises, críticas e indicações de arte em geral.

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Carga horária de cursos de DJs muito pequena ou muito acima das necessidades

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Cargas horárias mau definidas por muitos cursos para formação de DJs versus a carga horária mau definida sugerida por envolvidos no processo de reconhecimento e regulamentação da arte DJ constante no projeto de lei.

Carga horária de cursos de DJsComo ex-instrutor da arte e ciência DJ, com mais de treze anos de experiência afirmo que a carga horária por aluno de treinamento prático, monitorado e dirigido, não pode ser muito pequena, mas também não necessita ser muito longa, como a mínima sugerida no projeto de lei, que posso provar tecnicamente (inclusive perante um tribunal se for o caso), após anos de estudos, pesquisas sérias de vários tipos por vários ângulos e níveis de profundidade, e toda minha experiência como instrutor, que dependendo da metodologia e recursos, uma carga horária de 400 horas é gigantesca, um absurdo, muitas vezes o realmente necessário. Nem mesmo um curso extremamente mal elaborado necessita de uma carga horária tão gigantesca para moldar DJs realmente bons de forma adequada. A não ser que se encha muita linguiça, para ganhar mais dinheiro, ou se force o aprendiz a fazer um curso de produção integrado, o que não seria justo, pois são duas especialidades muito distintas, e uma é opcional em relação a outra. Se este for o caso, seria o mesmo que obrigar todo motorista a ser mecânico e ou eletricista de automóveis; todo médico cirurgião a ser anestesista. É opcional, e algumas pessoas querem e ou podem, se especializar em ambas as atividades, já outras não, pelo menos naquele momento. Mesmo porque o ideal em termos de aprendizado, eficiência, assimilação, desenvolvimento de habilidades e aproveitamento dos cursos é que se faça, se domine primeiro uma especialidade, e somente após assimilar, desenvolver as principais habilidades, dominar as principais técnicas e adquirir a maturidade técnica mínima necessária à especialidade é que se deve fazer um outro curso de uma outra especialidade pois assim o aproveitamento será muitas vezes maior. O caminho mais eficiente e lógico é primeiro dominar a arte DJ, depois, preferencialmente após alguns meses, quando já tiver pelo menos tecnicamente bem preparado e dominando as principais técnicas, é que é indicado fazer um curso e dominar a arte da produção musical.

A carga horária mínima sugerida no projeto de lei de 400hrs para regulamentação da atividade artística dos DJs é extremamente vaga e imprecisa devido a falta de detalhes, informações complementares importantes, fundamentais, pois cargas horárias de cursos não são absolutas, e sim, relativas a diversos fatores como metodologia; temas / disciplinas didáticas obrigatórias ou não abordadas nos cursos; habilidades, igualmente obrigatórias ou não, trabalhadas / desenvolvidas nos cursos; material didático, recursos, quantidade de alunos na turma e outros. Portanto, somente a citação de um valor numérico dá margem a diversas interpretações e consequentemente a várias possibilidades. Em outras palavras, para maior clareza / transparência para não dar margem a controvérsias, injustiças, jogo sujo entre outros, a carga horária deveria ter sido melhor detalhada, assim como muitas outras citações e tópicos do projeto de lei, que em um todo foi muito mal elaborado, principalmente por ter sido baseado em falsas verdades, verdades subjetivas e partidárias; mitos, falsos conceitos, ideias antiquadas, e em “estudos” / informações / dados, extremamente superficiais, levando em consideração apenas características de alguns poucos tecnicamente imaturos, e não devido a estudos realmente sérios, verdadeiramente profundos do universo DJ por vários ângulos e níveis de profundidade.

Há anos, muitos dos envolvidos no projeto de regulamentação, com conversas políticas muitas vezes maliciosas, para boi dormir, repletas de falsas verdades, que somente eles próprios e infelizmente pessoas imaturas, sem malícia, sem bom senso nem coerência acreditam, mas que não tem nenhum fundamento técnico querem tampar o sol com a peneira. Porém é fácil para pessoas com um pouco de bom senso, coerência e maturidade perceber que no desenvolvimento do projeto de lei, não levaram em consideração, além dos já citados, alguns outros fatores extremamente relevantes e importantes tais como tipos de especialidades da atividade DJ; características técnicas e necessidades quanto a habilidades e conhecimentos de cada especialidade DJ, além de outros com mesmo nível de importância.

Se o objetivo da regulamentação é “organizar”, contribuir com a melhoria do mercado, deveria ter começado certo, ou na pior das hipóteses com mais de 90% de acerto, e não gerar, disseminar, dar ainda mais chance para controvérsias, incertezas, mitos, falsos conceitos, ideias adequadas, dá margem a preconceitos, jogo sujo, falcatruas, troca de favores, politicagem, favorecimentos, tráfico de influências e outras práticas não ortodoxas. Os envolvidos no projeto de reconhecimento e de regulamentação da arte DJ, inclusive alguns donos de cursos e DJs que atuam como instrutores há mais de uma década, por não terem o conhecimento adequado, por se escorarem em mitos, falsos conceitos e ideias antiquadas principalmente quanto a ensino, treinamento e desenvolvimento de habilidades, não fazem ideia de como é realmente elaborar um curso, determinar a carga horária adequada, dentre os vários outros fatores já citados. Por isso deveria ter havido um estudo prévio adequado. Tempo para isso tiveram. Se o comitê responsável por desenvolver o projeto de lei tivesse realmente promovido um estudo sério, adequado e mais profundo, o projeto de lei seria mais detalhado e justo como a grande maioria, não só na questão de carga horária, mas em muitos outros tópicos. Tudo isso é passível de fácil comprovação. Eu próprio e outros, temos materiais documentados e registrados ao longo de mais de uma década que comprova e fundamenta o que estou dizendo, afirmando neste material.

Enfim, dependendo da metodologia, recursos, material didático; preparo e habilidades ligadas a treinamento do instrutor; quantidade de alunos no grupo, especialidades trabalhadas, temas / assuntos abordados e outros, uma carga horária de um bom curso de DJ e ou produção musical pode ir de 20 a mais de 400 horas. Porém os responsáveis dos cursos e ou instrutores devem deixar claro sua carga horária e a relação com fatores citados neste. Sendo redundante, mas por outro ângulo, o mesmo deveria ter sido feito no projeto de lei. Em outras palavras, deveriam ter citado a carga horária presencial teórica e a carga horária presencial prática, dirigida e monitorada por aluno, dentre outras informações, e não somente citado “400 horas já são suficientes”.

Desde o início faltou maturidade técnica e profissional, bom senso, coerência, imparcialidade; estudos, pesquisas, análises mais técnicas e profundas; transparência e seriedade por parte da grande maioria dos envolvidos no processo de regulamentação e do desenvolvimento do projeto de lei para reconhecer e regulamentar a arte DJ. Infelizmente o que houve de sobra foram especulações, defesas de interesses próprios / pessoais; brigas políticas por posições e cargos de associações e sindicatos – que poderão ser muito rentáveis – tráfico de influência, politicagem, jogos de interesses, dentre outras práticas que ocorrem na política brasileira. Apesar de praticamente todos dizerem que não tinham interesses, na realidade, os fatos mostram que estavam preocupados apenas com interesses próprios não em realmente contribuir com a qualidade do universo DJ. O fato é que ninguém faz nada de graça sem interesse; todos têm algum tipo de interesse. Quem disser que não tem é mentira.

Justamente por estes e outros fatos lamentáveis, a grande maioria dos DJs renomados e dos veteranos / precursores mais maduros, com visão, não apoiaram não a regulamentação em si, mas sim muitos dos envolvidos e o método / maneira / forma que o processo foi conduzido e o conteúdo do projeto de lei. Somente maliciosos e oportunistas por interesses, e alguns poucos sem malicia, sem visão e sem maturidade apoiaram de forma inocente. Alguns sem maldades quando perceberam os fatos saíram fora, ficaram contras ou se tornaram neutros. Espero profundamente que os envolvidos e responsáveis pelo reconhecimento e regulamentação da atividade DJ revejam seus conceitos de forma imparcial, com maturidade, sensatez e coerência.

2 comentários para Carga horária de cursos de DJs muito pequena ou muito acima das necessidades

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