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Um espaço com visual e conteúdo jovem

Após alguns anos escrevendo como colaboradora para alguns blogs, Bianca Caroline, uma jovem estudante apaixonada por livros, filmes, séries, músicas e várias outras artes, resolveu criar seu próprio espaço na grande rede e em Agosto de 2016 começou a disponibilizar artigos, análises, críticas e indicações de arte em geral.

Este canal tem foco em economia, jogo sujo geral e que caracteriza concorrência desleal e outros temas direta e indiretamente relacionados.

Audácia X Erros na arte e ciência dos DJs

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Audácia X Erros na arte e ciência dos DJs

Ao contrário do que muitos pensam / acham, ser bom de verdade em muitas atividades não é não errar nunca; mesmo porque por melhor que seja, mais cedo ou mais tarde por algum motivo, o melhor do mundo acaba cometendo um erro. Na realidade quem é bom de verdade, simplesmente, entre outras coisas, tem uma média de erro muito menor que outras pessoas. Por outro ângulo, ser bom de verdade, entre outras coisas é ter habilidade para ter uma média de acerto muito maior que a maioria. Acima de muitas coisas, ser bom de verdade é estar tecnicamente preparado, ter aptidão / habilidade, é saber “improvisar”, sair de erros / situações inesperadas e dar a volta por cima. Muitas atividades como dirigir e pilotar aeronaves não são atividades constantes, 100% previsíveis – ao contrário, são atividades inconstantes, com muitas variáveis e situações inesperadas que requer conjunto de conhecimentos e habilidades para frequentemente perceber e reagir, em alguns casos quase que instantaneamente, subconscientemente. Em outras palavras, requer interação, ações rápidas para promover pequenas correções, ajustes não programados / esperados ou mesmo promover grandes mudanças de plano / estratégia inesperadas. O mesmo ocorre na arte e ciência DJ. Só para deixar claro, o improviso citado é técnico e natural que são requeridos devidos a diversas variáveis e que só quem está realmente preparado tem condições de fazer. Portanto não se trata de improviso por falta de preparo – muito pelo contrário.

Voltando, na arte e ciência DJ, ser bom não é não errar na manipulação estrutural musical. Normalmente DJs audaciosos, bons de verdade, que não programam seus sets / sequências e sim montam sua estratégia de acordo com algumas variáveis, como por exemplo, o tipo de público, evento, momento e ou reação / comportamento do mesmo, têm mais probabilidade de errar, ou seja, sua média de erro quanto a estrutura é naturalmente um pouco maior do que daqueles que não são audaciosos, que programam 100% e ensaiam toda sua apresentação. Porém DJs audaciosos têm margem de erro muito menor quanto a manipulação de público / evento se comparados com DJs que trabalham com sets muito programados.

Na realidade, algumas das principais habilidades de um DJ em sua essência original, que mal começaram a serem exploradas e já estão entrando em extinção, são o poder de percepção, leitura e interpretação de reação / comportamento de público e administração de seu repertório; e montagem de set / sequência em tempo real, de forma estratégica de acordo com alguns fatores já citados. Programar set completamente elimina a principal habilidade característica dos DJs em sua verdadeira essência.

Obviamente que DJs muito audaciosos, que além de não ensaiarem sequências, ainda promovem performances, “malabarismos” sonoros / musicais especiais inserindo efeitos e outros elementos na música, ou seja, que dão seus toques, temperos e praticamente criam novas versões das músicas ao vivo, elevam significativamente a possibilidade de erro, em especial quanto a manipulação estrutural musical.

Poucos dos que atuam como DJs, principalmente nos últimos anos, são bons de verdade quanto a técnica de observação / leitura, análise, interpretação de reação / comportamento de público; de administração musical e consequentemente de controle de pista / público. Ou seja, poucos são bons na arte e ciência de improvisar em relação à mudança de comportamento do público / evento. Hoje em dia a maioria, inclusive muitos veteranos e renomados induzidos por mídias e jornalistas imaturos, estão muito preocupados com a técnica de mixagem e por isso ensaiam seus sets / repertórios, melhor dizendo, suas sequências, promovendo assim mixagens impecáveis, mas infelizmente não têm controle sobre a pista / público, pois caso a sequência não agrade, não se ariscam a escolher músicas mais adequadas ao público / evento / momento por medo de errar a mixagem / transição. Além disso, ainda existem os que para minimizar erros, buscam músicas estrutural e sonoramente cada vez mais fáceis, mesmo que não empolguem. É fácil perceber isso em clubes, raves e outros eventos musicais. Levando em consideração alguns fatos e fatores citados aqui, poderia dizer que os verdadeiros DJs estão entrando em extinção juntamente com as técnicas e conceitos principais / base essenciais aos DJs.

Para complementar, finalizar e facilitar ainda mais a compreensão deste material, gostaria de dizer que mais de 90% dos disc-jokeys / discotecários / DJs das décadas de 70 à 90, os verdadeiros em sua essência original, priorizavam a “manipulação” do público através da escolha de cada música alguns minutos antes de tocá-la, considerando seu objetivo, momento, reação, comportamento do público / evento gerado normalmente pelas 2 ou 3 ultimas músicas tocadas. Ainda assim era muito raro errarem nas mixagens, e quando erravam, eram erros quase imperceptíveis que só alguns mais ligados ou entendidos percebiam. Além de tudo já dito, nesta época alguns DJs nem sabiam mixar e outros mixavam muito mal, mas as pistas / eventos eram mais alegres e divertidas – o que é muito raro hoje em dia, como disse acima – normalmente devido ao medo de errar na mixagem. Pouquíssimos DJs atualmente têm audácia e claro, habilidade para manipular, animar um público e fazer boas mixagens de “improviso”, sem ensaio prévio.

Fonte: Material de nossa autoria documentado e registrado entre 1999 e 2013 fundamentados por estudos, pesquisas, observações e análises do universo DJ no mesmo período e também promovidos por nós – Wagner Pereira e Ana Carvalho.

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