A expressiva queda da qualidade do mercado DJ
Os DJs e produtores do início do milênio até hoje X os de décadas anteriores e a queda expressiva da qualidade do mercado
Se compararmos com bom senso, coerência e maturidade os DJs e os produtores musicais da década de 1970 até o inicio da primeira década deste milênio – quando normalmente DJ era DJ e produtor era produtor – com os que surgiram na última década, podemos constatar que os produtores e os DJs das décadas anteriores, cada um em sua especialidade, desempenhavam muito melhor seus papéis do que os dos últimos anos.
O mais triste é que os DJs e produtores de hoje têm mais e melhores ferramentas, recursos e tecnologias, porém a grande maioria destes, que atuam profissionalmente / comercialmente, são muito piores e menos criativos que os do passado, que tinham muito menos ferramentas e recursos tecnológicos. E isso ocorre devido a maioria das novas gerações se escorarem em falsos conceitos, mitos, ideias antiquadas e em facilidades tecnológicas; por terem preguiça de estudar, pesquisar, pensar e raciocinar, não terem bom senso e coerência, dentre outras falhas e deficiências.
Após anos de estudos e observando a evolução do mercado, posso dizer com todas as letras, de forma figurada, que a grande maioria dos atuais DJs e produtores pensam com os “olhos”, pensam números, gráficos e não com os “ouvidos”, sons, músicas, e por isso a música e os eventos estão ficando emocionalmente cada vez mais pobres e artificiais, apesar da melhor qualidade sonora e dos recursos e ferramentas disponibilizados pelas novas tecnologias.
Por um lado a arte DJ, a arte de produção musical, a música e os eventos cresceram muito; por outro a qualidade caiu expressivamente, praticamente na mesma proporção do crescimento. Portanto, nem sempre crescimento está ligado a qualidade, eficiência. Infelizmente na maioria dos casos, quando um mercado cresce desordenadamente devido a ser mal explorando / mal trabalhado, principalmente pela falta de maturidade técnica e profissional dos direto e indiretamente envolvidos nele e por jornalistas e mídia sensacionalistas e igualmente imatura, a qualidade cai de forma expressiva.
Para concluir este bloco, gostaria de deixar claro para leigos, aspirantes, iniciantes e até para muitos dos veteranos técnicos e profissionalmente imaturos, que saber fazer mixagens / transições precisas, tecnicamente impecáveis entre músicas não comprova que o DJ é realmente bom, pois a mixagem é apenas uma das habilidades da arte de discotecar, da arte dos DJs bons de verdade e que pode ser aprendida rapidamente com o treinamento adequado, bem dirigido e monitorado. Mixar as próprias músicas / produções também não comprova que um bom produtor e / ou remixer seja um DJ bom de verdade. Da mesma forma, saber “criar remixes” extremamente básicos, cortando e emendando trechos de músicas não comprova que um DJ seja um remixer ou produtor musical bom de verdade.
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