Player SL-DZ1200 para DJs da Technics
Apesar de bonita e da evolução, esta primeira edição do player DZ1200 possui muitos contras, principalmente quando comparada a modelos de MP3 players profissionais da Numark e da Denon. Entre os contras estão o “prato” e o potenciômetro de velocidade ( “Pitch” / “Tempo” ) muito leves, de desconfortável manuseio e propício a acidentes. Torque do motor fraco em comparação com o de alguns toca-discos convencionais. A aplicação de efeitos ao vivo também é muito desconfortável por ser de acesso complexo. É também muito limitada quanto a formatos de áudio compactado (MP3), recusando-se a ler muitos arquivos e apresentando mensagem de erro (em nossas análises foram usadas mídias de alta qualidade e novas, gravadas exclusivamente para os testes). Tendo em vista a quantidade de música armazenada em um CD no formato MP3, a navegação entre as músicas é lenta e desconfortável. O display é muito bonito, mas quando se trabalha com MP3 não apresenta muitas informações indispensáveis, como a barra de progresso da música (posicionamento), de extrema importância para a maioria dos profissionais. Não apresentou problemas de leitura nem de reprodução no áudio CDA (CD normal). De todos os equipamentos testados até o momento, é o que possui o pior Key Lock /Master Tempo (filtro de correção de tons/Pitch ). Quando o filtro está ligado distorce completamente as freqüências sonoras mais graves, tanto em áudio compactado (mp3) quanto no não compactado CDA (áudio no formato CD). Com o Keylock / Master Tempo desligado não apresentou problemas no áudio.
O pad de sample não tem controle de velocidade, o que limita muito sua utilização. A memória SD Card é um recurso interessante, mas para usar é necessário comprar um kit da Technics que converte MP3 em outro formato, e os samplers, apesar de terem outra extensão, nada mais são que Wav (áudio não compactado), o que acaba tornando seu uso inviável. Um recurso interessante hoje presente em muitos equipamentos eletrônicos que faltou na DZ1200 é a possibilidade se resolver problemas como o do key lock e muitos outros, através de atualização do firmware (sistema operacional/software do equipamento) como acontece com alguns modelos da Numark e Denon. A Technics ainda não se manifestou. Pelo menos em sua página na internet nem oferece suporte do mesmo até o momento.
Prometeu muito, mas na prática deixou esta edição da DZ1200 muito a desejar, e tecnicamente falando, é muito cara devido à quantidade de contras apresentados na análise em seus recursos que deveriam revolucionar a forma de mixar. São vários os prós, mas ofuscados pelos erros e complexidades encontrados em cada um deles já citados acima. Entre os prós estão: recursos como pad de samples e cues, memória SD Card para armazenamento de informações e samples, design inovador e bonito (sem muita importância técnica ou prática), tamanho, manual detalhado e bem ilustrado, e por fim, um dos que merece “parabéns”, a possibilidade de adquirir se não todos, quase todos os componentes – de um simples parafuso até o potenciômetro e leitor óptico, no site. Exemplo que deveria ser seguido por todos os fabricantes.
Considerações finais (pessoais):
Aparentemente, a Technics criou um equipamento usando como base somente técnicas dos DJs turntablists, não valorizando recursos indispensáveis a outras categorias/especialidades de DJs, que são a grande maioria. Para criar um produto que atinja a maioria no mercado, deve-se consultar e pesquisar diferentes categorias de profissionais. Se tiver aprendido com os erros, poderá na próxima edição atingir um número maior de profissionais. De qualquer forma foi uma grande evolução do analógico para o digital. Alguns ajustes e melhoramentos podem realmente levá-la a disputa para se tornar padrão das top de mercado.
Análise técnica interna básica
O acabamento interno da SL DZ1200 é impecável. Componentes de excelente qualidade, bem distribuídos e bem posicionados, assim como seu design externo, realmente impressionam. A troca do potenciômetro do “pitch” / controle velocidade é muito mais fácil que na CDX e a troca do leitor óptico (unidade óptica) é um pouco mais complicado em comparação com a concorrente, porém, não é muito difícil. Infelizmente o leitor óptico da DZ1200 ainda não é tão comum, e portanto, não é tão fácil de ser encontrado a venda como o da CDX.
No interior, na parte eletrônica, é de fácil manutenção preventiva, já na parte mecânica, região do motor, um pouco mais difícil, o que dificulta a manutenção preventiva e/ou corretiva, mas nada muito complicado para técnicos experientes. Na parte interna do prato, onde fica o sensor de movimento, alguns componentes plásticos, devido ao atrito entre eles e as partes de metal, se desgastam liberando um pó branco que somado à poeira que entra por pequenas fissuras entre o chassis e o prato e se deposita na base do mesmo, próximo a vários outros componentes eletrônicos e mecânicos. Parte do pó cai diretamente em uma fina e delicada membrana que faz parte do mecanismo de leitura de movimento do prato (sensor óptico).
Apesar da Technics / Panasonic ter tido o cuidado de colocar um sistema de limpeza na membrana para evitar que interfira detecção do movimento, com o tempo o volume de pó poderá comprometer a confiabilidade e / ou até a vida útil de alguns componentes. Retirando o painel superior (display) é possível limpar alguns componentes mas é muito arriscado para pessoas não muito habilidosas e que não tenham intimidade com a parte interna de equipamentos eletromecânicos, pois qualquer acidente pode danificar componentes vitais e difíceis de serem encontrados a venda. A membrana que passa pelo sensor óptico aparentemente é o componente mais frágil quanto ao manuseio técnico. Se não tiver muito cuidado pode ser danificada facilmente. Profissionais de manutenção que forem abrir a parte do motor onde fica esta membrana, devem abrir vagarosamente, com cuidado e prestando muita atenção. Para minimizar um pouco o problema de manutenção interna, de forma preventiva, o usuário deve tomar muito cuidado com a poeira que entra pelas fissuras do equipamento e que poderá agravar o problema por se somar ao pó liberado pelo atrito e aumentar significativamente, ainda mais, o desgaste e acúmulo de pó na parte interna do equipamento (veja como cuidar dos equipamentos).
A SL DZ1200 da Technics, tecnicamente é um excelente equipamento, mas ainda tem muitas pequenas deficiências a serem corrigidas, algumas que podem interferir diretamente na técnica dos profissionais de várias categorias.
Links de manuais da SL-DZ1200:
Este equipamento foi analisado com a participação especial de um ex-aluno do curso de DJ do Wagner J. Pereira, Gean Fabris, especialista também em informática geral e Computer Music, recém formado em produção fonográfica.
Fotos: Ana Claudia Carvalho
Só pessoas extremamente experientes e habilidosas, preferencialmente uma autorizada, devem abrir equipamentos. Sem que seja especialista, habilidoso e tenha muita intimidade com aparelhos mecânicos e/ou eletroeletrônicos, não deve abrir nenhum tipo de equipamento. Saiba que ao fazer isso sem ser um profissional ou empresa autorizada oficialmente pelo fabricante, perderá instantaneamente a garantia.
Esta análise técnica interna, é um resumo parcial, apenas experimental e ainda não oficial. Apenas um estudo para futuras análises mais detalhadas de outros equipamentos
Vs.: 1.0(2005)
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