Artigo 25 parte 4 da série: Jogo sujo e concorrência desleal
De forma gananciosa, visando aumentar ainda mais os lucros com cursos superiores, faculdades e universidades privadas / particulares em uma concorrência desleal contra relativas pequenas escolas, criam cursos de nível superior de atividades relativamente novas que estão em evidência mas que não têm quantidade relevante de conteúdo técnico para o tipo de curso citado e ou não é de atividade que oferece algum tipo de risco significante ao praticante e ou a terceiros. Algumas atividades têm no máximo conteúdo para cursos técnicos, outras nem para isso. Em outras palavras, um bom curso livre / profissionalizante objetivo, bem elaborado e bem direcionado, com carga horária significativamente menor se comparado às de cursos técnicos, de 50, 100, 200 horas ou outra (dependendo da atividade), com bom material didático, é suficiente para moldar excelentes profissionais.
Porém, para gerar carga horária suficiente para ser aprovada como curso superior pelo MEC, algumas faculdades e universidades enchem de disciplinas / matérias, que em grande parte são irrelevantes na atuação prática, qualidade e eficiência técnica do profissional. Dependendo da quantidade do conteúdo técnico fundamental diretamente ligado à atuação prática e do conteúdo secundário, pode ser até aceitável. O problema é que muitos desses cursos têm mais conteúdo secundário, terciário, para encher linguiça / enrolar, de pouca relevância técnica, fundamental, que conteúdo e técnicas verdadeiramente úteis diretamente ligados à atuação técnica e prática. Estes fatos claramente se caracterizam jogo sujo contra clientes / alunos, mercado e concorrência desleal.
Para efeito informativo e ou curiosidade, em um curso técnico ou mesmo curso livre de qualidade, eficiente, bem direcionado, muitos dos temas secundários e terciários poderiam ser extremamente resumidos e dados em uma matéria / disciplina de assuntos gerais e ou em algumas palestras para que os alunos tenham ciência dos mesmos e caso alguém necessite e ou se interesse por algum, faça um estudo informal complementar mais profundo, leia algum livro ou mesmo faça um curso dedicado, caso julgue necessário. Com isso os cursos seriam mais bem direcionados, objetivados e os futuros profissionais fariam os estudos complementares que melhor se encaixassem em seus objetivos, investindo assim menos dinheiro e principalmente menos tempo. Falando nisso, muitos cursos deveriam ser mais modulares; minimizariam-se as perdas citadas e até o próprio Brasil ganharia com profissionais mais bem direcionados.
Infelizmente, como disse, pela ganância, universidades para forçar a homologação do curso superior da atividade adicionam conteúdo e estendem ao máximo os temas / disciplinas secundárias e terciárias até atingir a carga horária para serem aprovadas, e depois prestam péssimos serviços com cursos extremamente ineficientes.
Como se tudo isso não bastasse, como consequência, estes cursos “superiores” geram preconceitos a profissionais realmente bons, inclusive tecnicamente superiores a maioria dos formados nos mesmos, que aprenderam como autodidatas e ou em cursos livres / “informais”. Em muitos tipos de atividades inclusive artísticas, pessoas extraordinariamente melhores que não fizeram os tais cursos superiores, que aprenderam em cursos livres, informais e ou são autodidatas, por lei são impedidas de atuar comercialmente. Fato absurdamente insensato, sem lógica em muitas atividades.
Com a conivência do governo através do MEC (Ministério da Educação), de forma extremamente injusta, esta prática deixa de fora, impossibilita de atuar comercialmente muitos que têm talento natural ou construído, que têm conhecimentos, habilidades, diferenciais reais e que não podem pagar uma universidade, enquanto pessoas com muito menos dedicação e criatividade, mas que podem pagar cursos caros, se “formam”, recebem um pedaço de papel chamado diploma / certificado após concluir o curso / faculdade, e mesmo sendo infinitamente inferior quanto a conhecimento, habilidades, criatividade e maturidade técnica e profissional, são permitidos atuarem comercialmente.
Como digo em outros materiais de forma detalhada, são poucas as atividades que deveriam ser obrigatórios cursos superiores para atuar. Isso é um fato fácil de se comprovar, muitas atividades são passíveis de se aprender até mesmo sozinho como autodidata e se tornar muito bom, até mesmo genial. Na realidade, para ser mais justo quanto a isso, em muitas atividades deveria haver órgão que promovesse uma avaliação séria, justa que mediria os conhecimentos e habilidades dentro da atividade e emitiria uma certificação para os que estivessem verdadeiramente aptos, independente da forma que aprendeu, seja sozinho como autodidata, em cursos formais e ou livres / informais. Ao contrário que muitos imaginam isso tornaria o mercado mais justo e melhoraria significativamente a sua qualidade e eficiência.
Neste contexto, o que gera injustiça, preconceitos comerciais, falta de qualidade e eficiência técnica e profissional de mercados; jogo sujo e concorrência desleal são cursos mal elaborados, regras, regulamentações e ou cursos superiores gananciosos que deixam de fora pessoas verdadeiramente talentosas.
Considerando fatos e raciocínio lógico, só justifica a obrigatoriedade de curso superior ou técnico para atuação comercial, atividades que geram algum tipo de risco relevante, significativo, direto; fora isso é pura ganância, burocracia, hipocrisia, safadeza e jogo sujo por parte de quem tem grande interesse comercial.
Isso não significa que não deva haver cursos longos, assim como não significa que não deva haver um controle, regulamentação séria, bem elaborada, bem executada e um órgão controlador, regulatório, da mesma forma, sério e bem dirigido; pelo contrário, isso se faz necessário em qualquer atividade para controlar a qualidade dos produtos e serviços do mercado. Infelizmente muitas regulamentações são mal elaboradas, tendenciosas, os órgãos são corruptos e favorecem quem não deveria.