Artigo 19 da série: Jogo sujo e concorrência desleal
Além das empresas de todos os portes e obviamente as grandes corporações jogarem sujo para com os clientes e promoverem concorrência desleal dentro de seus mercados, atividades, internamente acontece praticamente a mesma coisa entre funcionários que têm muita ambição, ganância e desejam ficar no lugar de outros, melhores, mais eficientes, inteligentes e bem posicionados. O inverso também ocorre, ou seja, funcionários bem posicionados, alguns realmente bons e muitos sem o preparo adequado, que estão ali só porque um dia também jogaram sujo, e continuam a jogar para impedir que outros melhores, verdadeiramente mais bem preparados e ou mais inteligentes se destaquem, e um dia assumam seus lugares.
Para evitar que outros se destaquem, muitos utilizam algumas de diversas práticas que caracterizam concorrência desleal. De forma direta ou indireta procuram denegrir a imagem reputação do colegas / “concorrentes”, puxam o saco de superiores a ele, fazem politicagem entre os colegas, principalmente influentes, usam boas ideias de colegas, até de amigos, e deixam a entender que foram eles os criadores, que são os inteligentes, os grandes gênios; e para completar, atribuem suas falhas, deficiências, aos colegas, subordinados principalmente aqueles que podem superá-los e um dia assumirem seus cargos por méritos, dentre muitas outras coisas. Como disse, muitos utilizam estas práticas para evitar que outros cresçam, os superem e ou para se destacarem crescerem, serem promovidos.
Bajular, puxar o saco é uma prática informal de concorrência desleal muito comum e perigosa, que está entre as mais utilizadas dentro de empresas para obter facilidades, favorecimentos, dentre outros, mas também está presente em diversos outros lugares como na política, “justiça”, artes, esportes.
Deixando claro, uma boa relação entre subordinados e superiores, patrões e empregados nem sempre caracteriza “puxar o saco”, concorrência desleal; mas em muitos casos sim. Porém é possível distinguir uma boa relação, de puxa-saquismo. Lembrando que o puxa-saco, bajulador, é muito perigoso inclusive para quem está sendo bajulado, pois na realidade o praticante dessa arte e ciência suja, não é fiel nem a si mesmo, e às vezes se trai. Hoje ele pode estar puxando o saco de um, e amanhã o traindo, puxando seu tapete e puxando o saco de outro, inclusive de concorrente daquele que traiu, que puxava o saco antes. O puxa-saco é basicamente um oportunista. Não precisa muita coisa para ele virar a casaca, trair, basta perceber que o outro tenha mais a oferecer. Lealdade é algo que traidor não tem.
Dentre várias, outras práticas desleais muito comuns entre colegas de trabalho são: – denegrir de forma direta ou indireta a imagem de colegas através de chacotas, hoje conhecida como bullying; – distorcer fatos, situações, aumentar, exagerar pequenas gafes, falhas praticamente irrelevantes com o óbvio objetivo de minimizar a credibilidade de colegas, normalmente mais inteligentes, tecnicamente melhores em suas atividades, mas que normalmente ainda não têm malícia comercial; – direcionar erros, falhas, deficiências suas, de outros colegas os quais têm algo a ganhar, para outros, especialmente subordinados que podem superá-lo; assim, os prejudica, os mantém em um patamar menor e ao mesmo tempo mantém a sua integridade, reputação e a de colegas,”amigos”, “aliados”, limpa, sem erros, falhas; – dificultar o acesso de colegas, principalmente subordinados que se mostrem muito inteligentes, habilidosos a superiores, para evitar que possam mostrar seus talentos, habilidades e se destaquem mais que ele e com isso consigam cargos melhores; – distanciar superiores de subordinados através de mentiras contadas a ambos os lados, denegrindo a imagem de um para o outro, fazendo com que um não tenha interesse de encontrar o outro e com isso não se conheçam melhor quanto a virtudes, potencial técnico e ou profissional; – ofuscar boas ideias, conceitos e trabalhos bem feitos de outros colegas, principalmente de subordinados, ou pior, apresentar os mesmos dando a entender que é o autor, que são suas, as grandes ideias e trabalho bem feitos.
Os piores utilizam várias destas práticas, quando não todas e mais algumas, como já deu para perceber, objetivando direcionar as virtudes, os prós para si; seus erros, falhas, deficiências a outros e com isso, manterem sua integridade, reputação limpa, sem erros, falhas, se destacarem e colherem os frutos, ficando com méritos e possíveis promoções.
Como em qualquer outra atividade, em muitos casos estas ações, prática sujas são um grande erro pois, mais cedo ou mais tarde levará os bons de verdades a serem demitidos, ou por insatisfação, a pedirem demissão. Com isso, quem joga sujo acaba perdendo aquele que era a base, que sustentava seu status, seu emprego, correndo assim diversos riscos, como o patrão / empresa perceber a realidade dos fatos e o demitir, ou a toda a equipe e montar uma nova, ou até mesmo o setor ou toda empresa vir a falir pela falta da verdadeira mente criativa, habilidosa que realmente a mantinha funcionando.